A não ser que você seja baiano das redondezas ou fissurado por paisagens, provavelmente nunca foi em Mucugê. Ok, é um cidade bem escondidinha, no oeste da Bahia. Fica a aproximadamente 800km de Aracaju (Sergipe) e é super pequena (no máximo seis ruas) se formos considerar a ‘área urbana’, por assim dizer.
Agora você deve estar pensando: então, o que eu vou fazer numa cidade com seis ruas? E a resposta é trilha! A cidade detém 52% da área do Parque Nacional da Chapada Diamantina, ou seja, aventuras com paisagens impressionantes (pra não dizer magníficas) é o que não vai faltar.
A diversão já começa na estrada. Eu sou suspeita, adoro viajar de carro. Para encarar as 8h até Mucugê, preparei um setlist variado e fui mudando de acordo com as característica dos lugares por onde fomos passando. Dica: na cidade de Ipirá, pare no posto para comprar patê de beringela (de Deus) e em Andaraí, prove a esfiha de palma. Os pitstops perfeitos para unir o útil ao agradável, afinal, reabastecer o carro é indispensável.
A cidade fica a 1.000m de altitude, e o delicioso clima serrano já é sentido antes da chegada. Aos friorentos, vale levar roupinhas mais quentes para a noite, que no inverno pode chegar a 8º. A BR responsável pelo acesso a cidade fica bem ao lado da Igreja Matriz de Santa Isabel, construída em meados do século XIX, cartão de visita de Mucugê. A cidade é tombada pelo patrimônio histórico, toda com arquitetura colonial. Costumo dizer que me lembra uma cidade de boneca, com lindas flores a todo canto.
Para se hospedar, indico a Pousada Refúgio na Serra. É ótima, bem decorada, e foi inaugurada em meados de 2010. O restaurante da pousada, o Cascalho, é a melhor opção da cidade. Para quem curte, o Cemitério Bizantino também é ponto turístico (eu acho uó, cemitério não faz parte do meu roteiro), pois é o único nas Américas no estilo Gótico bizantino.
Flávio e eu no restaurante O Cascalho, na Pousada Refúgio na Serra / Foto: Arquivo pessoal
Durante a passagem por esses locais, faça também uma visita pela história da cidade, marcada pelo coronelismo, lutas contra a invasão da Coluna Prestes e disputa pela posse do garimpo. Depois (e para mim, a melhor parte), só resta se aventurar pelas cachoeiras, cânions e vales! Algumas opções são a Cachoeira do Buracão, Vila do Igatú, Cachoeira da Fumaça.
Percorrendo a trilha para chegar na cachoeira / Foto: Arquivo pessoal
Sou turista recorrente na cidade (vulgo nora do prefeito), e desta vez, escolhi a Cachoeira do Tiburtino para conhecer. Ela está localizada no Parque Nacional de Mucugê, onde acontece o Projeto Sempre Viva – único projeto de preservação da chapada. Até chegar à cachoeira você percorre uma trilha de 1,5km, atravessando lagos e caminhando sobre as pedras. É sensacional! Para visitar o parque é cobrada uma taxa de R$3.
Mucugê foi o destino escolhido por mim e meu namorado, Flávio Medrado, para celebrar a passagem de ano. Nenhum arrependimento. Os banhos de cachoeira são quase uma limpeza de espírito, o contato com a natureza revigora. O coração da chapada diamantina, como é conhecida a cidade, transborda energia boa. Sou apaixonada por paisagem, natureza e sendo assim, por Mucugê. Um pouco suspeita para falar, portanto, mas se você também possui essas características, com certeza vai amar a viagem.
Super indico!
Para visitar:
Site oficial de Mucugê
Pousada Refúgio na Serra